Explorando as incertezas para descobrir o futuro

Projetos

Explorar as incertezas para compreender o futuro

Futuro do ensino de Engenharia

Pesquisa sobre os desafios e as oportunidades que o futuro reserva para o ensino de engenharia. O foco inicial será o curso de Engenharia de Produção. Discussão e investigação sobre novos formatos de currículos, de gestão e de organização dos cursos. Buscamos avançar na compreensão do fenômeno relacionado à motivação e ao engajamento dos alunos nessa nova realidade pós-pandemia. Análise de como as organizações e a sociedade percebem os cursos de engenharia oferecidos pelas universidades. O objetivo do projeto é disseminar o conhecimento produzido por meio de e-books, podcasts, palestras nos meios digitais, documentários e artigos científicos.

Pesquisa aplicando as novas abordagens e conhecimentos propostos pela neurociência no aprendizado e ensino dos alunos. Por meio do uso de metodologias ativas, gamificação e inteligência artificial estamos propondo novas abordagens para o ensino das disciplinas do ciclo profisisonal dos cursos de engenharia de produção. O objetivo do projeto é propor produtos e metodologias que possam ser utilizadas em qualquer disciplina da engenharia de produção. Iremos produzir jogos, licenças, artigos, aplicativos, dinâmicas, videos e e-books para difundir esse conhecimento

Gamificação no ensino de Engenharia

A incerteza no processo de tomada de decisão dos indivíduos

Pesquisar a incerteza pela perspectiva do indivíduo. Com os nossos estudos, buscamos avançar a compreensão da percepção e dos efeitos das incertezas em ambientes pouco explorados, como microempreendedores individuais de baixa renda, trabalhadores que exercem atividades de baixa visibilidade socioeconômica, empreendedores de subsistência e empreendedores de inovação social. Queremos trazer luz para a compreensão de como esses indivíduos percebem, sentem, decidem, agem e são afetados pelas incertezas com as quais precisam lidar. Faremos uso de métodos criativos e das novas descobertas da neurociência para investigar esses fenômenos com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores. O objetivo do grupo é disseminar o conhecimento produzido por meio de e-books, podcasts, palestras nos meios digitais, documentários e artigos científicos. Queremos desenvolver uma linguagem acessível para que os resultados obtidos possam ser socializados e compartilhados com a parte da sociedade historicamente excluída e inviabilizada.

O Futuro é feito de caos e incertezas

Nosso Objetivo No KhaosLab é investigar as incertezas que moldam o futuro em diversas áreas, incluindo:

• O futuro do ensino de engenharia;

• O futuro do Comportamento de consumo;

• O futuro das Políticas públicas de inovação;

• O Futuro do trabalho;

• O futuro das Soluções tecnológicas disruptivas;

• O futuro dos Desafios das mudanças climáticas;

• O futuro das cidades mineradoras;

Por meio de diferentes abordagens e metodologias nossa missão é utilizar métodos científicos e criativos para transformar a incerteza em conhecimento prático e aplicável.

Laboratório Virtual fundado em Julho de 2024 pelo professor doutor Frederico César.

Conceitos Fundamentais do KHAOSLAB

Risco: refere-se a situações onde o resultado de um evento futuro é desconhecido, mas a distribuição de probabilidade dos possíveis resultados é conhecida (FRANK KNIGHT, 1921).

Incerteza: refere-se a situações onde não apenas o resultado de um evento futuro é desconhecido, mas também não é possível determinar a distribuição de probabilidade dos possíveis resultados (FRANK KNIGHT, 1921).

A incerteza, segundo Graciela Kuechle (2026), pode ser compreendida como uma situação, ou um evento, caracterizada pela existência de lacunas de informações que precisam ser preenchidas pela ação do empreendedor.

A incerteza para William Gifford's (1979) é a incapacidade percebida de um indivíduo em prever algo com precisão por não ter informação suficiente para antecipá-la ou por sentir-se incapaz de discriminar entre as informações percebidas aquelas que são relevantes ou irrelevantes.

Unknown unknowns: incertezas pelas quais os gestores enfrentam não apenas a falta de informação, mas também a ausência de conhecimento sobre quais fatores podem ser relevantes no futuro. São eventos ou fatores que não apenas são desconhecidos, mas cuja própria existência é desconhecida. Representam incertezas que não podem ser antecipadas ou planejadas porque não são previsíveis com base no conhecimento ou dados existentes.

Percepção de incertezas: é o ato de reconhecer a existência de uma dada incerteza em uma decisão ou aspecto relevante do negócio (FREDERICO CÉSAR, 2021).

A percepção de incertezas do empreendedor é guiada por perguntas elaboradas por ele sobre o futuro do seu negócio para as quais ele não tem respostas e que funcionam como um holofote que direciona o foco da sua atenção (FREDERICO CÉSAR, 2021)

Heurísticas: Diante das limitações de tempo, informação e capacidade cognitiva, o ser humano faz uso de regras simples, ou atalhos cognitivos, focando sua atenção nos aspectos mais importantes. Estas estratégias, ou seja, regras práticas usadas pelos indivíduos para economizar tempo e esforço, são as heurísticas (HERBERT SIMON, 1955).

Diante da situação de incerteza, na qual ele não tem conhecimento de toda a informação e possui restrições de tempo e capacidade cognitiva, o tomador de decisão faz uso de heurísticas com o intuito de reduzir a complexidade de sua decisão.

Herbert Simon descobriu que o decisor não explora todas as camadas e possibilidades de um problema - o número de camadas e variáveis é geralmente grande demais para viabilizar isso. Em vez disso, ele usa estratégias que lhe permitem focar a atenção no que é mais relevante, reduzindo assim o número de camadas e variáveis do problema a serem exploradas e resolvidas. Essas estratégias são as heurísticas, ou regras de ouro. As heurísticas permitem simplificar o processo de tomada de decisão.

Para Christopher Bingham e Kathleen Eisenhardt, o uso das heurísticas pode ser uma estratégia mais racional em ambientes marcados por incertezas do que muitas outras abordagens que têm acesso a um volume grande de informações e se caracterizam por serem mais complexas e analíticas.

Regras simples: São atalhos que focam e simplificam a forma como processamos as informações, economizando tempo e esforço na tomada de decisão. As regras simples são heurísticas na forma de diretrizes práticas e concisas que ajudam indivíduos e organizações a tomar decisões rápidas e eficazes em ambientes complexos e dinâmicos. Em vez de depender de planos detalhados e processos rígidos, as regras simples permitem flexibilidade e adaptação, facilitando a inovação e a execução ágil de estratégias. Ao se concentrar em diretrizes práticas e flexíveis, as organizações podem responder mais prontamente às oportunidades e desafios, promovendo a agilidade, a inovação e a execução eficiente de suas estratégias (KATHLEEN EISENHARDT & DONALD SULL, 2017).

As regras simples aceleram a ação por exigirem uma quantidade bem menor de informações e por simplificarem o processo de decisão. Essas heurísticas são aprimoradas por meio de um processo baseado na experiência do decisor em utilizá-las, chamado de ciclo de simplificação. A experiência do decisor resulta em heurísticas mais simples e precisas, e não necessariamente no aumento do número delas. A precisão refere-se à identificação daquilo que é mais importante e do contexto específico mais apropriado para uso das heurísticas. Já a simplificação se manifesta na redução do número de regras (CHRISTOPHER BINGHAM & KATHLEEN EISENHARDT, 2011).

Vieses: São heurísticas, atalhos cognitivos ou regras que afastam o indivíduo da decisão racional, pois essa é diretamente influenciada por questões subjetivas, como crenças, emoções, confiança, otimismo, experiência e afeto (AMOS TVERSKY & DANIEL KAHNEMAN, 1974).

O uso dessas heurísticas pode resultar em erros de julgamento e preconceitos que direcionarão as decisões a resultados pouco precisos, distorcidos e falhos.

É possível que o empreendedor faça uso de vieses e alcance um resultado positivo em sua decisão, porém isso será mais o produto da aleatoriedade, do acaso e das circunstâncias favoráveis do que de sua intenção. Essa anomalia poderá conduzi-lo a acreditar no viés e, assim, usá-lo em outras decisões futuras, sob o risco iminente de erros de julgamento e decisão.

Fast and Frugal: As heurísticas "fast and frugal" são compostas de regras simples, que determinam como as informações armazenadas na memória ou disponíveis no ambiente são: i. procuradas (regra de busca), ii. uma vez iniciada a seleção, quando a pesquisa será interrompida (regra de parada), iii. como a decisão, com as informações selecionadas, será tomada (regra de decisão) (GERD GIGERENZER, 1999, 2001, 2003, 2004).

As heurísticas "fast and frugal" são criadas pelo indivíduo para que ele seja capaz de fazer inferências sobre o mundo real no qual vive. Elas são ferramentas úteis para a construção de soluções razoáveis sem sacrificar a precisão por sua velocidade e frugalidade. Pode ser racional não usar toda a informação mesmo quando esta se encontra disponível, pois a simplificação não implica necessariamente falta de racionalidade (GERD GIGERENZER, 1999, 2001, 2003, 2004).

Para Gerd Gigerenzer, as heurísticas "fast and frugal" fazem uso da estrutura de informações presente no ambiente, por isso são capazes de proporcionar a construção de decisões precisas, úteis, racionais e inteligentes, podendo superar modelos analíticos e robustos. Diante de ambientes com restrições de informação e tempo, o indivíduo, com suas limitações cognitivas, utiliza as "fast and frugal" para focar a sua atenção buscando e selecionando as informações mais importantes.

As "fast and frugal" são heurísticas rápidas por dois motivos. Primeiro, por serem simples, elas não se estruturam para integrar as informações selecionadas de forma complexa e lenta. Segundo, elas são rápidas por serem frugais. A frugalidade se aplica na moderação pela busca de informação, que é interrompida no início do processo, não se estendendo mais do que o necessário (GERD GIGERENZER, 1999, 2001, 2003, 2004).

Antifragil e Cisne negro: Um evento Cisne Negro é caracterizado por ser Imprevisível; Impacto Extremo e Explicável Retrospectivamente. Eventos Cisne Negro são extremamente raros e estão fora do âmbito das expectativas normais. Eles não podem ser previstos com base em dados históricos ou experiência passada. A expressão "Cisne Negro" deriva da antiga crença de que todos os cisnes eram brancos, até que cisnes negros foram descobertos na Austrália, surpreendendo os europeus e desafiando suas suposições (NASSIM TALEB, 2007).

Antifrágil descreve sistemas, organizações ou indivíduos que não apenas resistem a choques e volatilidade, mas que se beneficiam e crescem com eles. Diferente de ser resiliente (que resiste e volta ao estado original), o antifrágil melhora e se fortalece quando exposto ao estresse, incerteza e desordem (NASSIM TALEB, 2007).

Heurísticas de percepção de incertezas: são regras simples ou atalhos cognitivos para direcionar atenção para aspectos relevantes do negócio nos quais eventualmente podem existir incertezas. Essas regras simples alertam os empreendedores de que podem existir incertezas em suas decisões (FREDERICO CÉSAR, 2021).

Inovação: As inovações são aplicações de um saber na transformação de uma determinada realidade que resulta na geração de valor (FREDERICO CÉSAR, 2023).

Inovação é a implementação de um novo ou significativamente melhorado produto (bem ou serviço), processo, novo método de marketing ou novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas (OCDE, 2018).

De acordo com o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243), inovação é a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo e social que resulte em novos produtos, serviços ou processos, ou que compreenda a agregação de novas funcionalidades ou características a produto, serviço ou processo já existente, podendo resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho.

Inovação radical: refere-se a inovações que causam mudanças significativas, transformando mercados existentes ou criando novos. Esse tipo de inovação envolve a introdução de produtos, serviços ou processos que são fundamentalmente diferentes dos existentes e que oferecem novos benefícios ou melhorias substanciais em relação às opções atuais. A inovação radical pode resultar em novos modelos de negócios ou alterar a estrutura do mercado de maneira profunda (OCDE, 2018).

Leis e Programas brasileiros de fomento, subsídio e investimento à inovação: Leis de fomento fiscal são legislações que proporcionam incentivos fiscais a empresas e indivíduos para estimular determinadas atividades econômicas ou sociais, como a inovação, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e investimentos em tecnologia. Esses incentivos podem incluir reduções de impostos, isenções, deduções e créditos fiscais. As principais leis de fomento fiscal à inovação em vigor no Brasil são: Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), Lei da Informática (Lei nº 8.248/1991), Lei do Software (Lei nº 9.609/1998) e Lei da Inovação (Lei nº 10.973/2004).

Leis de financiamento são legislações que estabelecem mecanismos e condições para a concessão de recursos financeiros a empresas e indivíduos. Esses recursos podem ser oferecidos na forma de empréstimos, linhas de crédito, investimentos de capital de risco ou subvenções econômicas, com o objetivo de promover atividades que contribuam para o desenvolvimento econômico e tecnológico. As principais leis de financiamento à inovação em vigor no Brasil são: Lei da Inovação (Lei nº 10.973/2004) e Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei Complementar nº 167/2019).

Leis de subsídios são legislações que preveem a concessão de apoio financeiro direto a empresas e indivíduos para reduzir os custos de determinadas atividades ou incentivar o desenvolvimento de projetos específicos. Esses subsídios podem ser na forma de subvenções, bolsas, auxílios financeiros ou descontos, sem a necessidade de reembolso. As principais leis de subsídios à inovação em vigor no Brasil são: Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Programa Rota 2030, Programa Inova Empresa, Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos (PNI), Programa de Subvenção Econômica da Finep e Programa Start-Up Brasil.

Startup: Segundo Eric Ries (2011), uma startup é uma instituição humana projetada para criar um novo produto ou serviço sob condições de extrema incerteza. Essa definição enfatiza que uma startup não é apenas uma nova empresa, mas uma organização em busca de um modelo de negócios escalável e sustentável.

Steve Blank (2012) define uma startup como uma organização temporária projetada para procurar um modelo de negócios repetível e escalável. Ele destaca que uma startup é diferente de uma empresa estabelecida, pois ainda está em fase de descoberta e validação de seu modelo de negócios.

De acordo com o Marco Legal das Startups e do Empreendedorismo Inovador do Brasil, Lei Complementar nº 182, startup são as organizações empresariais ou societárias, nascentes ou em operação recente, cuja atuação caracteriza-se pela inovação aplicada a modelo de negócios ou a produtos ou serviços ofertados. Precisam ter receita bruta de até R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais) no ano-calendário anterior ou de R$ 1.333.334,00 (um milhão, trezentos e trinta e três mil, trezentos e trinta e quatro reais) multiplicado pelo número de meses de atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, independentemente da forma societária adotada; possuir no máximo 10 (dez) anos de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia; e atender a um dos seguintes requisitos, no mínimo: I. declaração em seu ato constitutivo ou alterador e utilização de modelos de negócios inovadores para a geração de produtos ou serviços; II. enquadramento no regime especial Inova Simples.

Inovação incremental: envolve a melhoria contínua de produtos, serviços ou processos já existentes. Esse tipo de inovação se concentra em aperfeiçoamentos e atualizações que aumentam a eficiência, a funcionalidade ou a qualidade, sem alterar fundamentalmente a oferta ou a estrutura do mercado (OCDE, 2018).

Explorando as incertezas do Futuro

Laboratório multidisciplinar inovador dedicado a explorar e entender as incertezas que moldam o futuro.

Disciplinas Ofertadas

Descubra as disciplinas ministradas, para graduação e pós-graduação, pela nossa equipe que abordam as nossas metodologias e modelos.

Portfólio do KhaosLab

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